Ouro e commodities 1980 vs. 2022: análise do custo de equilíbrio baixo
O padrão de inflação e picos de commodities em 1980 e a rápida reversão à medida que o desemprego aumentava, podem ter paralelos com o cenário atual. Os ciclos típicos das commodities continuam desfavoráveis para os preços, e um grande desafio pode ser evidenciado pela queda dos rendimentos dos títulos públicos e pela queda no mercado acionário do seu principal consumidor — a China. O desempenho superior do ouro parece duradouro.
A deflação na China pode chegar às commodities
Se a economia chinesa conseguir se recuperar rapidamente este ano, as commodities podem se estabilizar. Nossa tendência alinha-se com o processo típico de sondagem dos custos de equilíbrio baixos, após os picos de 2022. O gráfico mostra a deflação na China, evidenciada pelos rendimentos dos títulos públicos de 10 anos que estão no nível mais baixo do nosso banco de dados desde 2006 — cerca de 200 bps abaixo dos títulos do Tesouro dos EUA — e o índice Hang Seng em queda. As recuperações após grandes quedas são normais, mas o que chama atenção pelo nosso gráfico é o subíndice Bloomberg Commodity Spot relativamente elevado.
Uma próxima potencial queda nas commodities pode ser o petróleo bruto, seguindo gás natural, milho, trigo e madeira, rumo a US$ 50 o barril. O petróleo WTI provavelmente precisa se manter acima de US$ 83 e o cobre acima de US$ 4 por libra para indicar força. Um peso desproporcional pode recair sobre o mercado de ações dos EUA na expectativa de que ele continue em alta.