Ele pode até não ser o mais famoso entre seus colegas do gênero, mas o Australopithecus anamensis é, de acordo com os cientistas, o australopiteco mais antigo. Fósseis da espécie foram encontrados no Quênia e na Etiópia, datados entre 4,2 e 3,8 milhões de anos atrás.
A idade dos fósseis foi um obstáculo para os cientistas, que acreditavam, até então, que o A. anamensis tinha evoluído diretamente para A. afarensis – espécie da popular Lucy -, mas as descobertas indicavam que as duas espécies coexistiram por pelo menos 100 mil anos.
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Aparência e modo de vida dos Australopithecus Anamensis
O primeiro fóssil de A. anamensis, um úmero parcial, foi encontrado em 1965 em Kanapoi, a sudoeste do Lago Turkana, no Quênia. Já os espécimes da Etiópia – um dente, um fêmur e um crânio – foram recuperados na região nordeste de Afar, indicando que a espécie foi capaz de se espalhar pelos territórios.
Os cientistas ainda não conseguiram determinar a aparência exata do A. anamensis, mas acredita-se que a espécie andava sobre duas pernas e não era tão alta quanto os humanos – provavelmente tinham altura próxima aos chimpanzés modernos, podendo variar entre os sexos. Graças à descoberta do crânio, também se acredita que o rosto da espécie provavelmente se parecia muito com o dos macacos, com testa inclinada e maçãs do rosto salientes.
Um estudo da Philosophical Transactions of the Royal Society B mostrou que a dieta do A. anamensis era composta por “alimentos menos desafiadores mecanicamente”, baseada principalmente em folhas e frutos. Os ossos dos antebraços e marcas encontradas nos pulsos apoiam a hipótese, sugerindo que a espécie costumava subir em árvores.