Embora os estágios iniciais da doença de Alzheimer sejam de difícil detecção, é sabido que as mudanças no cérebro podem começar uma década ou mais antes de ocorrer qualquer problema de memória ou pensamento. Pesquisas recentes sobre o microbioma intestinal sugerem uma nova maneira de diagnosticar a doença de Alzheimer precocemente, aumentando as chances de um tratamento mais eficaz.
Segundo o estudo publicado na Science Translational Medicine, pessoas na fase inicial da doença, que não apresentam sinais externos de declínio, apresentam uma composição de micróbios nos intestinos diferente da composição das pessoas saudáveis. Para esta análise, 164 participantes cognitivamente normais com idades entre 68 e 94 anos foram examinados por meio de exames cerebrais de PET e ressonância magnética e análise do líquido cefalorraquidiano.
O experimento tinha como objetivo procurar aglomerados das proteínas beta amiloide e tau, consideradas as características distintivas da doença de Alzheimer, mesmo em estágios pré-clínicos. Quase um terço (49) tinha estas indicações de Alzheimer precoce.
Qual a relação entre o intestino e o Alzheimer?
Após observação das amostras dos voluntários, descobriu-se que, embora todos os indivíduos seguissem basicamente a mesma dieta, aqueles com acumulações de beta amiloide e tau tinham bactérias intestinais marcadamente diferentes das dos seus parceiros “saudáveis”.
Ao final do período de análise, a equipe identificou sete espécies de bactérias que melhoraram significativamente a capacidade de prever se um indivíduo tinha Alzheimer pré-clínico ou não. A investigação não afirma, no entanto, que bactérias específicas aumentem o risco de Alzheimer.