O Banco Mundial revisou de 2% para 1,6% a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e Caribe em 2024. Para 2025 e 2026, as estimativas são respectivamente de 2,7% e 2,6%. Os números foram divulgados nesta quarta-feira pela instituição multilateral em seu relatório semestral para a região.
Com “algumas exceções”, os países da região conseguiram por exemplo reduzir “a inflação a níveis inferiores aos dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”. Assim, as “taxas de juros estão começando a cair após quatro anos de gestão macroeconômica sólida”.
“Contudo, ainda existem desafios para corrigir os desequilíbrios fiscais, recuperar o poder de geração de renda perdido e os avanços da década anterior em matéria de redução da pobreza”, diz.
Para o Banco Mundial, a “tarefa principal” continua “sendo a de acelerar as taxas de crescimento, atualmente fracas”.
“Embora seja, em parte, causado pelas taxas de juros elevadas, o baixo crescimento também é reflexo de problemas estruturais de longa data”, diz.
Além disso, alerta para “duas novas características da região” que “dificultarão ainda mais” a situação de América Latina e Caribe no futuro.
“Em primeiro lugar, o envelhecimento da força de trabalho traz novos desafios para o crescimento, para a estabilidade fiscal e para as famílias”, diz. “Em segundo lugar, a violência na região – que já era, de longe, a mais alta do mundo – ficou ainda mais grave e generalizada, aterrorizando os cidadãos da região e minando os avanços proporcionados pela estabilidade macroeconômica que haviam tornado a região mais atraente para investimentos.”
Segundo a instituição, os desafios novos ou velhos “também contribuem para os ganhos abaixo do esperado” com investimentos estrangeiros.
Nesse sentido, a instituição defende “uma ampla agenda de reformas – na educação, infraestrutura, regulação e políticas de concorrência – que vêm sendo adiadas há décadas”.