Apesar de concorrer com vizinhos “peso-pesados”, como Chile e Argentina, o vinho brasileiro tem se destacado cada vez mais em premiações internacionais – e caminha para também ter mais presença nas mesas estrangeiras.
Há três anos, o Brasil registra recorde nas vendas externas de vinhos e espumantes, segundo dados da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Em 2021, foram exportados US$ 12,3 milhões desses produtos, 53% a mais que em 2020. Em 2022, esse número chegou a US$ 13,6 milhões (uma alta de 10,56% em relação ao ano anterior).
Uma das marcas nacionais que têm apostado na internacionalização é a Vinícola Ferreira, na Serra da Mantiqueira. Agora no mês de março, depois de meses de negociação, a paulista começou a exportar seus vinhos para a Austrália. “Inserir um rótulo brasileiro no mercado internacional não é simples. Estamos muito felizes em introduzir o vinho paulista na taça australiana”, diz Dormovil Ferreira, fundador da vinícola que leva seu sobrenome.
Os dois rótulos estão entre os escolhidos para exportação. O primeiro estabelecimento a recebê-los no novo continente será o restaurante Navala, casa com gastronomia brasileira localizada em Queensland.
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Especializado em carnes nobres, o Navala já possui em sua carta de vinhos diversos exemplares argentinos e chilenos. No entanto, os vinhos da vinícola de São Paulo serão as primeiras garrafas brasileiras a serem servidas no local. “Os vinhos da América do Sul despertam sensações e sabores únicos”, diz Daniel Fujimoto, gerente do Navala. “Nós trazemos vinhos locais para elevar a experiência sensorial dos nossos clientes.”
Fundada em 2010, a Vinícola Ferreira nasceu como hobby do empresário paulista da tecnologia Dormovil Ferreira. Hoje em dia, a vinícola possui 100 hectares de terras na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, a 1.700 metros de altitude. Por lá, são produzidas uma média anual de 30 toneladas de uvas de 15 cepas diferentes.
“Esperamos que a Austrália seja apenas o primeiro país a receber os nossos vinhos”, diz Ferreira, que já está nos trâmites para começar a exportar também para os EUA.