A cidade de Belém, capital do Pará, se prepara para receber cerca de 100 delegadores durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-30, entre os dia 10 e 21 de novembro de 2025.
Menos de 20 meses para o evento, apenas algumas estruturas que serão adaptadas para a realização de reuniões já estão prontas. Outros espaços, que deverão fazer parte da COP, estão no início dos trabalhos. Há obras estruturantes de mobilidade que ainda não saíram do papel.
De acordo com o governo do Pará, somando os investimentos do Governo Federal, mais de R$ 3 bilhões de reais estão sendo direcionados para obras estruturantes.
O local deve receber a maior parte das reuniões que serão realizadas durante a COP-30. O espaço tem 24.000m2 de área construída e conta com pavilhões, salas multiuso, auditório e um deck. Em 2023, recebeu como evento teste Haverá uma interligação com o Parque da Cidade.0
Demanda antiga da cidade de Belém, o Parque da Cidade tem 30% das obras concluídas. Construído onde era o antigo aeroclube da capital paraense, o espaço contará com estruturas específicas para a COP-30, fazendo integração com o Hangar. A administração estadual alega que até a Conferência da ONU, apenas 60% do espaço parque estará disponível para o público. Os outros 40% só serão entregues após o evento, com previsão de término em 2027.
Continuidade de uma obra que já é usada pela população. O local é a extensão do Porto Futuro I, parque a céu aberto com espaços de lazer, e da Estação das Docas, área turística, gastronômica e cultural montada nos armazéns de um antigo porto, que remonta à Belle Epoque brasileira, com o avanço do ciclo da borracha no Pará. O novo espaço contará com 7 pavilhões, sendo 2 deles transformados em hotéis. Um terceiro funcionará como espação hidroviária, para o recebimento de navios e cruzeiros de grande porte.
Com a expectativa de receber cruzeiros durante a COP-30, o porto do rio Guamá terá que passar por uma obra de dragagem para aumentar em cerca de 4 metros o calado, para evitar acidentes ou embarcações encalhadas. A obra está prevista no Novo PAC, com investimentos de R$200 milhões do governo federal por meio do Ministério dos Portos e Aeroportos. A intervenção ainda não começou.
Avenidas que ligam pontos turísticos e áreas que serão usadas durante a COP-30, as avenidas Doca e Tamandaré passarão por modificações. A ideia é revitalizar as vias, com coleta de esgoto que atualmente é jogado nos rios que passam pelas avenidas, além da construção do parque Linear, com a criação de espaços de uso coletivo, como academias ao ar livre e ciclovias. O início das obras será autorizado nesta terça-feira (26).
Além dos 2 hotéis que serão construídos no Porto Futuro II, um prédio antigo da Receita Federal, que sofreu um incêndio em 2012, deve ser revitalizado e transformado em hotel. O local segue fechado, mas, segundo o governo paraense, já há movimentações para a transformação do espaço em leitos que devem ficar prontos antes da COP-30.
O governo paraense também abriu negociações com Airbnb para ampliar de 700 para 1400 o número de imóveis disponíveis na plataforma.
Mas, o foco principal em estudo é o uso de navios cruzeiros como acomodações para o público. Considerando a região metropolitana, são cerca de 18 mil leitos disponíveis. Com 3 novos hotéis e uso de embarcações, a capacidade cresceria em 11 mil leitos. A expectativa da cidade é receber de uma só vez cerca de 50 mil pessoas.
Além das obras que fazem parte do polígono da COP-30, há outros projetos que devem ser realizados com a intenção de melhorar a capital paraense para receber os turistas. É o caso do novo terminal hidroviário, que deve ampliar o fluxo de viagens tendo como origem e destino a cidade de Belém. São esperadas também obras de macrodrenagem em mais de 15 mil canais da região metropolitana e a colocação de asfalto em cerca de 600 ruas da capital.
Em obras desde 2019, o BRT Metropolitano de Belém deve ficar pronto até o final de 2024. A construção do corredor e das estações sofreu atraso devido à pandemia de Covid-19 e à revitalização das áreas por onde o percurso passa, com troca de tubulações, asfalto e passarelas. A expectativa é que a obra desafogue parte do trânsito da BR-316, via de entrada e saída de Belém.