Em um dos quadros mais graves da Covid-19, a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) gera inflamação e edema nos pulmões e pode levar à morte. Nessa condição, o coração também pode ser afetado, mesmo sem ser infectado diretamente.
A descoberta foi feita por cientistas do NIH (Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue) e publicada na revista Circulation.
Inflamação gerada por lesão no pulmão desencadeia danos no coração
Os macrófagos cardíacos são células imunitárias que, em casos de lesão – como a insuficiência cardíaca – podem tornar-se inflamatórias e causar danos ao coração. Essas células foram o foco da pesquisa com ratos e uma análise de pacientes que morreram tanto por SDRA como por outras causas não associadas ao SARS-CoV-2.
Em ambos os experimentos, foi identificado um aumento de macrófagos cardíacos que se tornaram inflamatórios, o que gera um enfraquecimento do coração, pois as células param de realizar sua função de sustentar o metabolismo do órgão e eliminar bactérias nocivas.
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Até então, o fato de que a Covid-19 poderia aumentar o risco de danos cardíacos não era novidade. Mas o que os pesquisadores não sabiam era se o vírus infecta diretamente o coração ou se a infecção do pulmão era o suficiente para inflamar essas células.
O vírus precisa infectar o coração para ocorrerem danos?
- Para descobrir isso, os pesquisadores realizaram outro experimento com ratos.
- Nele, foi realizada uma simulação de uma infecção pulmonar sem o vírus SARS-CoV-2.
- Mesmo sem a presença do vírus, o coração dos ratos também teve mudanças em seus macrófagos, que se tornaram inflamatórios.
- Ou seja, a infecção pulmonar pode gerar essas células mesmo que o vírus SARS-CoV-2 não esteja diretamente no coração.
Pesquisa já encontrou um possível tratamento
Matthias Nahrendorf, autor do estudo, explica para o Medical Xpress que a descoberta é útil em outras áreas, já que evidencia como uma infecção grave pode impactar outras partes do corpo. Além disso, a pesquisa também identificou uma opção de tratamento que bloqueia a resposta imune com um anticorpo neutralizante. Isso funcionou nos ratos, mas ainda precisa ser testado em humanos.