A invasão com depredação das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 foi um ato de vandalismo para a maioria dos brasileiros, 65%, segundo apurou a mais recente pesquisa do Datafolha. Para 30%, os atos foram uma tentativa de golpe de Estado.
Mais de 1.400 denúncias foram elaboradas pelo Ministério Público Federal sobre o caso até agora, e 145 pessoas já foram condenadas a penas que vão de 3 a 17 anos pelo Supremo Tribunal Federal.
O caso galvanizou uma reação institucional, e as investigações acerca das circunstâncias que levaram à apoplexia do ato golpista chegaram à porta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a partir das apurações de uma trama para mantê-lo no poder após a derrota para Lula (PT) no segundo turno de 2022.
Para o relator do caso no Supremo, ministro Alexandre de Moraes, a natureza do que ocorreu no 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe, enquanto políticos da esfera bolsonarista buscam jogar a culpa nos manifestantes, qualificando-os de vândalos sujeitos a um enquadramento legal exacerbado.
Como seria previsível no quadro polarizado brasileiro, petistas e bolsonaristas discordam acerca do que ocorreu.
Segundo o Datafolha, 77% daqueles que votaram no ex-presidente acham que o 8/1 foi um episódio de vandalismo, ante 52% dos que deram seu voto a Lula no segundo turno. Já a ideia de que houve uma tentativa de golpe alcança 46% dos eleitores do atual mandatário e 16% daqueles que apoiaram o antecessor.
Quando é questionada a preferência partidária do entrevistado, 45% dos que se dizem petistas afirmam que foi uma tentativa de golpe, enquanto 78% dos que citam preferir o PL de Bolsonaro cravam que foi ato de vândalos.
Numa terceira ótica possível, a que divide o eleitorado em bolsonaristas, petistas e neutros, os resultados são semelhantes.
Há uma discrepância de relevo na opinião daqueles 2% da amostra populacional do Datafolha que ganham mais de 10 salários mínimos. Nessa faixa, 40% acreditam que foi uma intentona golpista.