Longe de atingir o pico de 100 mil casos de dengue previstos pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) para o mês de maio, Campinas (SP) ainda vive uma epidemia da doença com potencial de superar o ano de 2015, quando a metrópole teve o maior número de pacientes infectados da história, segundo o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa).
Segundo a epidemiologista responsável pelo Devisa, a pasta tem acompanhado o aumento do número de casos e notificações suspeitas nas unidades de saúde da metrópole. Até esta terça-feira (10), a metrópole soma 45.149 casos confirmados de dengue em 2024. 🦟
O montante representa a segunda maior epidemia da doença da história de Campinas, atrás apenas de 2015, quando 65.754 pacientes que se contaminaram pelo vírus. Os dados são do painel de arboviroses do município, que é atualizado em tempo real.
A previsão da Saúde é que a metrópole atinja o pico de transmissão da doença após a 2ª quinzena de abril. No entanto, é difícil estimar um número de casos, segundo a diretora do Devisa.
“A dengue tem um grau de imprevisibilidade muito grande, ainda não podemos afirmar se vamos ultrapassar os 100 mil casos. A máquina pública tem feito um esforço enorme para que isso não aconteça”, afirma Andréa.
Em março, durante uma reunião com gestores de hospitais para discutir o enfrentamento da dengue em Campinas, o prefeito comentou as projeções feitas pelo Devisa sobre o avanço da doença nas próximas oito semanas. 📈
🚨 Embora os casos confirmados até abril representem 45% do pico histórico previsto para o próximo mês, a Saúde faz dois alertas:
Em outras palavras, não é o momento de abaixar a guarda. Até porque, mesmo com as campanhas de combate ao Aedes aegypt, a adesão da população ainda deixa a desejar em alguns pontos da metrópole, segundo o Devisa.
Segundo a administração municipal, os 18.063 imunizantes serão distribuídos nos 68 centros de saúde. Considerando os 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) contemplados após a redistribuição feita pelo Ministério da Saúde, serão 52.857 doses enviadas.
. As doses foram recebidas pelo município na terça (9), conforme a programação divulgada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo.
Não é preciso realizar agendamento para receber a dose. A prefeitura orienta os moradores e apresentarem documento de identidade com foto e caderneta de vacinação, se houver.
O g1 mostrou que o número de doses enviadas para Campinas é suficiente para 19% do público-alvo. Essa população é estimada em 91,2 mil pessoas na metrópole.
No início de março, a Prefeitura de Campinas decretou estado de emergência para dengue. A medida permite a adoção de ações necessárias à contenção do aumento de casos com maior flexibilidade, ou seja, sem necessidade de licitação.
Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência.
Em fevereiro a cidade já havia anunciado mudanças nos protocolos de atendimento. Desde então, a orientação é de que pacientes com febre busquem atendimento no centro de saúde mais próximo.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
Já os pacientes que, além da febre, apresentarem tontura, dor abdominal intensa, vômitos frequentes, suor frio e sangramentos devem recorrer a um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Pela primeira vez na história, circulam três sorotipos simultâneos na cidade: 1, 2 e 3. A Secretaria de Saúde destaca que os moradores não devem subestimar os sintomas.
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. Veja algumas das medidas de prevenção:
Veja mais notícias da região no g1 Campinas