É difícil manter as amizades no padrão que a gente mantinha quando era mais novo, como na época da escola, faculdade, quando éramos muito próximos dos amigos. Além disso, tem a evolução de cada um, que vai para lados diferentes. Nossos amigos se casam, têm filhos e podem mudar de cidade.
Morando sozinha, Cássia diz que passava boa parte dos finais de semana sem falar com ninguém —no máximo, mandava áudio no WhatsApp. Depois de assistir a uma série sobre a importância da amizade no envelhecimento, ficou reflexiva.
Lembro de ter visto que o que pode ajudar no envelhecimento é a vida em comunidade. As pessoas são amigas, são próximas e cuidam umas das outras. Com isso, pensei: ‘Acho que eu preciso ser mais legal e mais próxima das pessoas’.
A advogada começou a demonstrar mais interesse pelas pessoas que conhecia em atividades cotidianas e, até agora, a “estratégia” de puxar assunto trouxe resultados positivos —por enquanto, ainda de forma superficial.
Faço ioga e, depois da atividade, sento no sofá, pego uma água e fico conversando com o professor — claro, respeitando o tempo dele. Fiz o mesmo com os professores da musculação e com a recepcionista do meu trabalho. Claro que são amizades ainda superficiais, que se aprofundam pouco (…) É um processo ainda recente, mas que já gerou resultados positivos.