Pesquisa divulgada no Journal of Alzheimer’s Disease destaca que as funções indiretas das vacinas contra tétano, difteria e coqueluche (Tdap) ou contra tétano e difteria (Td); herpes-zóster (HZ) e a pneumocócica podem contribuir para a diminuição do risco para o Alzheimer. É o que explica o neurologista e co-autor do artigo Paul E. Schulz. “Nós levantamos a hipótese de que o sistema imunológico é responsável por causar a disfunção das células cerebrais na doença de Alzheimer. As descobertas nos sugerem que a vacinação está tendo um efeito mais geral no sistema imunológico, reduzindo o risco de desenvolver a doença”.
Dados colhidos na pesquisa mostram que pacientes com 65 anos ou mais, vacinados com a Tdap ou a Td, tiveram 30% menos chances de desenvolver a doença. Enquanto a vacina contra herpes-zóster (HZ), o risco reduziu 25%. Já a vacina pneumocócica apresentou redução de 27% no risco de desenvolvimento do Alzheimer.
Qual a relação entre as vacinas e a redução do risco de Alzheimer?
Apesar das evidências, o estudo ainda não conseguiu esclarecer integralmente o motivo dessa proteção relacionada às vacinas. Contudo, uma das teorias aceitas é que os imunizantes poderiam alterar a forma como o sistema imunológico responde ao acúmulo de proteínas tóxicas que contribuem para o Alzheimer, tornando mais eficiente a eliminação das mesmas, ou reduzindo o dano colateral à células cerebrais saudáveis.
A vacina Tdap protege contra tétano, difteria e coqueluche. Ela é aplicada em adolescentes e adultos e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A cada 10 anos é necessário uma injeção de reforço para manter a proteção contra as infecções bacterianas.
A vacina pneumocócica protege contra diversas tipos de infecção, sendo comum em crianças pequenas, mas também é indicada para adultos mais velhos, devido ao maior risco de doenças graves e morte. Já a vacina contra herpes-zóster, mesmo vírus que causa a catapora, acaba sendo recomendada para pessoas a partir dos 50 anos de idade e custa caro.