Um estudo recente conhecido como EMBARK está trazendo novos rumos para a oncologia, particularmente no tratamento do Câncer de Próstata. Este estudo não apenas traz informações cruciais para o futuro, mas também redefine a abordagem no cenário da recidiva bioquímica.
O estudo de Fase 3, liderado pela Astellas Pharma Inc. e Pfizer Inc. e publicado no New England Journal of Medicine, foi realizado em vários países, incluindo o Brasil, e analisou 1 068 pacientes com Câncer de Próstata Hormônio-sensível não metastático (CPHSnm) que apresentavam recidiva bioquímica de alto risco. Os dados do estudo demonstraram que a enzalutamida pode oferecer benefícios significativos nessa fase mais precoce do Câncer de Próstata.
Para Murilo Luz, Uro-Oncologista no Hospital Erasto Gaertner e na Beneficência Portuguesa e líder nacional do estudo, o EMBARK revelou três avanços significativos para a conduta no tratamento do Câncer de Próstata: “Primeiro, ele trouxe a comprovação da eficácia de um medicamento em estágios mais precoces da doença, proporcionando melhores resultados quando administrado precocemente; segundo, a utilização desse medicamento isoladamente, sem a necessidade de bloqueio de testosterona, mostrando-se eficaz de forma independente; e terceiro, a introdução da estratégia de tratamento intermitente, permitindo que os pacientes interrompam o medicamento após um período de sucesso”, aponta como insights.
Recidiva bioquímica e resultados inéditos
O Câncer de Próstata é o mais comum em homens no Brasil, e, após o tratamento da doença localizada, aqueles com novo aumento rápido nos níveis de antígeno prostático específico (PSA) possuem maior risco de progressão da doença – isso é a recidiva bioquímica. “Ela ocorre quando os níveis de PSA (antígeno prostático específico) aumentam após o tratamento local, como cirurgia ou radioterapia, indicando uma possível recorrência da doença, mesmo na ausência de evidências visíveis”, explica Murilo. Anteriormente, não havia um padrão de tratamento bem estabelecido para esse cenário.
Além disso, o estudo introduziu o conceito de tratamento intermitente, permitindo que os pacientes interrompam o medicamento após um período de sucesso, antes de retomá-lo quando os níveis de PSA aumentarem novamente.
Assim, o estudo mostrou a eficácia de um medicamento já conhecido em estágios mais iniciais da doença. Os resultados do estudo EMBARK tem o potencial de melhorar os resultados oncológicos e a qualidade de vida dos pacientes, estabelecendo um novo paradigma no tratamento dessa forma de câncer.
MAT-BR-NON-2024-00059 – MAR/2024