Estados Unidos e Japão estão discutindo esforços conjuntos para promover a energia do hidrogênio e reforçar as cadeias de abastecimento relacionadas, como forma de reduzir custos para os produtores, apurou o “Nikkei Asia”.
“Cooperaremos ainda mais em termos de política, explorando sinergias entre a Estratégia de Transformação Verde do Japão e a Lei de Redução da Inflação dos Estados Unidos”, disse Kishida durante uma entrevista exclusiva ao “Nikkei Asia” na quinta-feira (4).
A procura de hidrogênio limpo está crescendo, dada a promessa do combustível como um caminho para a descarbonização. O desafio maior agora é buscar formas de reduzir os custos de produção.
Ao abrigo da Lei de Redução da Inflação de 2022, os Estados Unidos estão oferecendo aos produtores de hidrogênio um crédito fiscal de até US$ 3 por quilograma de produção durante um período de dez anos. O crédito real depende da quantidade de dióxido de carbono produzido durante o processo.
Entretanto, o Japão planeja um subsídio já este ano para produtores e distribuidores de hidrogênio, o que ajudaria a fechar a atual disparidade de preços entre o hidrogênio e o gás natural.
O Japão espera gastar 3 trilhões de ienes, o equivalente a US$ 19,8 bilhões, com essa política de apoio, financiada pelos chamados títulos de transição verdes. O parlamento do Japão discute atualmente um projeto de lei que inclui essa assistência.
A ligação dos esforços dos países poderia ajudar as empresas a reduzir ainda mais os custos. Por exemplo, uma empresa que produza hidrogênio nos Estados Unidos e o venda no Japão poderia qualificar-se tanto para o crédito dos Estados Unidos como para o subsídio japonês.
O Japão pretende aumentar o fornecimento interno anual de hidrogênio em cerca de 50%, para 3 milhões de toneladas em 2030, e depois para 20 milhões de toneladas em 2050. Os Estados Unidos têm como meta uma produção anual de 10 milhões de toneladas até 2030 e 50 milhões de toneladas até 2050.
O hidrogênio é considerado um combustível alternativo promissor para siderúrgicas, caminhões de grande porte e outras aplicações consideradas difíceis de descarbonizar. A procura global de hidrogênio atingirá 88,3 milhões de toneladas em 2030 e 287 milhões de toneladas em 2050, segundo a Agência Internacional de Energia.