George Santos, parlamentar de origem brasileira expulso da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, anunciou que irá se desfiliar do Partido Republicano e concorrer a nova vaga na Casa como independente.
“Após a demonstração embaraçosa na Câmara eu refleti e decidi que não posso mais fazer parte do Partido Republicano, que continua a mentir e enganar sua base de eleitores”, escreveu Santos. “Eu não posso me filiar a um partido que não representa nada e acredita em tudo”, afirmou.
A Câmara dos Deputados, de maioria republicana, aprovou após impasses lei prevendo US$ 1,2 trilhão para financiar o governo e evitar uma paralisação parcial até o fim do mês, acordo que recebeu críticas da ala mais radical do partido e próxima ao ex-presidente Donald Trump.
Exemplo dessa insatisfação é a deputada Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, expoente do trumpismo conspiracionista, que após a aprovação da lei chamou de “traidor” o presidente da Casa, o também republicano Mike Johnson, e disse ter registrado uma moção para retirá-lo do cargo.
Santos se juntou aos republicanos insatisfeitos com o acordo, mas ao menos até a próxima eleição, não tem voz nas discussões da Câmara.
Ele foi expulso no início de dezembro passado após uma série de reportagens, investigações criminais e de um Comitê de Ética do Congresso encontrarem evidências de que ele cometeu fraudes, lavagem de dinheiro e desviou recursos de campanha para despesas com itens de luxo, botox e até o site de conteúdo erótico OnlyFans.
Esta foi a primeira vez na história que um republicano foi expulso da Câmara e que um político sem condenação anterior na Justiça perdeu o mandato.
Sua nova tentativa de se eleger foi anunciada no início deste mês. Ele voltou ao Congresso no mesmo dia para acompanhar o discurso do presidente Joe Biden do Estado da União, ponto alto do calendário político do país em que o chefe do Executivo presta contas e explica sua visão de futuro aos outros Poderes.