De 25 de abril ao dia 1º de dezembro, o Sesc Pinheiros, em São Paulo, recebe a exposição “Um Defeito de Cor”, inspirada no livro homônimo da autora Ana Maria Gonçalves, lançado em 2006.
Com curadoria da escritora ao lado de Marcelo Campos e Amanda Bonan, a mostra faz alusão ao período do Brasil Império (1822-1889) para discutir contextos sociais, culturais, econômicos e políticos do século XIX e deus dobramentos em elementos contemporâneos.
Ao todo, 372 peças entre arte têxtil, fotografias, instalações, cartazes, pinturas e esculturas de autoria de artistas brasileiros, da África e das Américas interpretam “Um Defeito de Cor”, considerado um dos mais importantes clássicos da literatura afro-feminista e nacional.
Assim como o livro, a mostra faz um enfrentamento às lacunas e ao apagamento da história da população negra ao contar a jornada de uma mulher africana nascida no início do século XIX, escravizada no Brasil, e sua busca por um filho perdido.
Em São Paulo, a exposição conta com algumas novidades, incluindo os figurinos e croquis das fantasias da Escola de Samba Portela, que se inspirou no livro de Ana para desenvolveu seu samba-enredo para o Carnaval de 2024.
O desfile, inclusive, impulsionou a procura do título em livrarias físicas e digitais, elevando a obra para a categoria das mais vendidas no Brasil.
Além disso, estarão em exibição, pela primeira vez, um “Retrato de Ana Maria”, quadro de Panmela Castro; “Bori – filha de Oxum”, do artista e babalorixá Moisés Patrício, e “romaria”, mural que será pintado por Emerson Rocha na entrada do local.
Dividida em dez núcleos não-lineares, que se espelham nos dez capítulos do livro, a exposição não é cronológica nem explicativa.
O objetivo é trazer uma visão do Brasil com momentos históricos e recortes sociais transmitidos por meio de uma produção intelectual e de imagem presentes na arte contemporânea.
A mostra faz um mergulho na essência de temas como os levantes negros, o empreendedorismo, o protagonismo feminino, o culto aos ancestrais e a África Contemporânea, que reexaminam os caminhos da população afro-brasileira desde os tempos de escravidão até os dias atuais, e fazem uma interpretação dos conceitos apresentados no romance, principalmente as origens e as identidades africanas que constituem a população, das quais ainda pouco se sabe.
“Um Defeito de Cor”