O governo de São Paulo marcou para 19 de abril o leilão de privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), na B3, em São Paulo. A operação deve movimentar ao menos R$ 780 milhões.
Estão sendo ofertadas 14.755.255 ações de emissão da Emae, sendo 14.704.274 ações ordinárias de classe única e 50.981 ações preferenciais de classe única, atualmente detidas pelo Estado de São Paulo e pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), que correspondem a cerca de 40% do capital total da companhia.
Conforme o edital, o preço mínimo do leilão, para o lote único das ações, foi definido em R$ 52,85 por ação. Com isso, ao preço mínimo, a venda envolve R$ 779,815 milhões. Leva a empresa que oferecer o maior valor unitário por ação.
O preço final será devidamente atualizado pela variação da taxa Selic entre a data da abertura da sessão pública do leilão e a data da liquidação do leilão, que está previsto para 5 de julho, após a conclusão de todas as aprovações e trâmites necessários.
Oferta aos empregados
Além do leilão, o edital também prevê, após a liquidação da venda, uma oferta das ações da Emae aos empregados, correspondente a 3.694.708 ações ordinárias de propriedade do Estado de São Paulo, que correspondem a 10% do capital social total da empresa. Essa oferta também ocorrerá ao preço de R$ 52,85/ação. As ações não adquiridas nessa operação serão obrigatoriamente adquiridas pelo novo controlador.
A Emae opera cinco usinas, que somam 960,8 megawatts (MW) de potência instalada. A maior parte dessa potência vem da usina hidrelétrica (UHE) Henry Borden, em Cubatão (SP), com 889 MW, e que tem contrato de concessão até janeiro de 2043.
A estatal paulista obteve receita operacional líquida de R$ 603,3 milhões ao longo de 2023 e anotou lucro líquido de R$ 150,5 milhões.
Principais interessados
Conforme apurou a Coluna do Broadcast, entre os potenciais interessados pela Emae estão empresas como a Âmbar, empresa de energia do Grupo J&F, a francesa EDF, a geradora Auren, a CPFL e a chinesa CTG.
Há grupos avaliando a companhia há mais de seis meses e alguns deles já fizeram visitas técnicas na Emae, de acordo com fontes.
Desestatização prevista desde a década de 1990
A desestatização da Emae está prevista desde a década de 1990 e a sua concretização encerrará o processo de saída do governo paulista do setor de geração de energia.
Ativos que hoje pertencem à AES Brasil e à Auren Energia compunham a Cesp, estatal que foi cindida em três e privatizada nos anos 1990.