Tudo sobre Estados Unidos
Tudo sobre Inteligência Artificial
A eleição presidencial dos Estados Unidos talvez seja a mais importante de todo o mundo. Não se trata de submissão ao Tio Sam, mas sim de uma constatação: estamos falando do país mais poderoso do planeta, logo o processo eleitoral assume uma importância proporcional.
A disputa marcada para 5 de novembro traz elementos que a tornam ainda mais relevante. Será a primeira vez na história que um ex-presidente enfrentará o atual na sequência, numa espécie de tira-teima entre republicanos e democratas. Você pode listar ainda os processos contra Donald Trump, a invasão ao Capitólio, guerras acontecendo no Oriente… Tudo para dar um tempero a mais a esse embate.
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Especialistas apontam para outro fator de extrema importância: essa será a primeira eleição presidencial da história desde que as ferramentas generativas de Inteligência Artificial se tornaram populares. Ou mais baratas. Ou mais acessíveis.
Vimos, nos últimos meses, imagens geradas por IA em anúncios e tentativas de enganar os eleitores com clonagem de voz, incluindo uma falsa ligação imitando o presidente Joe Biden dizendo aos eleitores que não participassem das primárias.
Teve ainda o caso de apoiadores de Trump que estariam compartilhando imagens falsas do empresário ao lado de pessoas negras para influenciar justamente os eleitores negros… Outro episódio? A falsa imagem de Biden recebendo imigrantes mexicanos de braços abertos… Enfim, já foram inúmeras deepfakes muito antes de novembro.
Diante desse fenômeno, o que vão fazer as big techs que detêm esse tipo de ferramenta – como Google, OpenAI e Microsoft?
Compromisso conjunto
Várias empresas, incluindo as que mencionamos acima, assinaram um acordo no mês passado prometendo criar novas formas de mitigar o uso enganoso de IA nas eleições.
As companhias concordaram em apoiar sete “objetivos principais”, entre eles:
- pesquisa e implantação de métodos de prevenção;
- indicar a origem do conteúdo;
- utilizando marcas d’água em imagens;
- melhorar suas capacidades de detecção de IA;
- além de avaliar e aprender com as deepfakes que estão aparecendo, sempre atualizando seu software e suas políticas.
Isso é o que aparece no papel. Mas o que essas grandes companhias já fizeram efetivamente até agora? O interessante é perceber que cada uma agiu de um jeito diferente.
Em dezembro, o Google anunciou que o Gemini simplesmente se recusaria a responder perguntas relacionadas às eleições nos EUA, encaminhando os usuários para a Pesquisa Google.
No início deste ano, a OpenAI disse, por sua vez, que o ChatGPT começaria a encaminhar os usuários para o CanIVote.org, geralmente considerado um dos melhores recursos online para informações sobre eleições.
Já a Microsoft disse estar trabalhando para evitar novos erros do Copilot, além de ter apertado o cerco contra usuários que violaram as regras.
Atitudes diferentes, mas que, até agora, não resolveram o problema. Até por que deepfakes novas são espalhadas todos os dias. Que esse cenário evolua até novembro.
Preocupações no Brasil
As deepfakes e a IA generativa acessível não são exclusividade dos EUA. O nosso país também já sofre com alguns episódios do tipo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomou algumas decisões recentemente para preservar o pleito.
Você pode ler mais detalhes sobre as decisões da Corte neste outro texto do Olhar Digital.
Lembrando que teremos eleições municipais em 2024. A disputa está marcada para o dia 6 de outubro. Se necessário, o segundo turno ocorrerá em 27 do mesmo mês.
As informações são do The Verge.