O mercado global de criptomoedas pode considerar 2023 como um ano positivo, sobretudo no que se refere aos resultados relacionados à segurança e compliance. É o que informa o relatório The 2024 Crypto Crime Report, produzido pela Chainalysis, especializada em dados e serviços blockchain.
O resultado foi a redução no volume de transações ilegais envolvendo criptomoedas: de 0,42% do total em 2022, para 0,34% no ano passado. Outro efeito positivo foi que o valor correspondente a ativos digitais transacionados por endereços ligados a atividades irregulares caiu de US$ 39,6 bilhões para US$ 24,2 bilhões.
Os investimentos em segurança e compliance pelos agentes deste mercado são um dos fatores que levaram a esta queda. A Binance, maior corretora de criptomoedas no mundo em volume de negócios e tokens listados, aumentou em 35% o volume investido no seu programa de compliance em 2023. Passou de US$ 158 milhões em 2022 para US$ 213 milhões no ano seguinte. Os recursos financeiros foram utilizados na aquisição de soluções tecnológicas e contratação de equipes especializadas para aumentar o monitoramento das transações de criptos.
“A queda não significa que há menos criminosos dispostos a usar criptomoedas para financiar suas atividades ilícitas. É, na verdade, resultado de esforços robustos por parte de agentes responsáveis da indústria cripto, que está trabalhando colaborativamente para fortalecer a segurança, reforçar controles, desenvolver um programa abrangente de compliance e colaborar estreitamente com as agências de aplicação da lei globalmente”, comenta Noah Perlman, presidente de compliance da Binance. “A Binance tem contribuído de maneira significativa para combater e conter crimes relacionados a criptomoedas, visando proteger usuários, a plataforma e o ecossistema como um todo”.
A corretora vem reforçando, principalmente, a contratação de talentos com experiência na área regulatória. A empresa exige o KYC (Know your customer, ou verificação do cliente, na sigla em inglês) de todos os seus mais de 182 milhões de usuários em 180 países.
No ano passado, os times da Binance, responsáveis por acompanhar as negociações com criptomoedas no mercado, passaram a utilizar sistemas de automação com foco em monitoramento de terceiros que possibilitaram a criação de mais 20 mil alertas mensais.
No total, foram realizadas 51.627 análises de ações potencialmente suspeitas ou que pudessem indicar a prática de atividades ilícitas, segundo consta no Relatório de Atividade Suspeita (SAR – Suspicious Activity Report). Isso resultou em um aumento de 157% no total de casos registrados e um ganho de produtividade de 180%.
Ao mesmo tempo, tem empenhado mais esforços na colaboração com autoridades. Em 2023, as equipes de investigação da Binance responderam a mais de 58.000 solicitações de aplicação da lei e realizaram 120 workshops e treinamentos para agentes de combate ao crime (um aumento em relação a 50.000 e 70.000, respectivamente, em 2022).
Neste ano, a Binance pretende ampliar os investimentos em segurança cibernética e criar mais mecanismos para se manter à frente das práticas de conformidade. Os aportes contínuos são cruciais para que a corretora mantenha seu ritmo de adaptação ao dinamismo das demandas no cenário regulatório.
“Desde o aprimoramento de sistemas de segurança e capacidades de monitoramento de transações até o fornecimento de inteligência relevante e treinamento para agentes de aplicação da lei em todo o mundo, a exchange tem investido enormes recursos para prevenir atividades criminosas”, avalia Perlman.
A corretora também vem estabelecendo medidas de segurança para proteger o usuário contra perdas, quando seu patrimônio líquido de margem cruzada/isolada é menor que zero ou quando um usuário não consegue cumprir suas dívidas. A Binance é ainda uma das primeiras exchanges de criptomoedas a manter um fundo de segurança – conhecido como Fundo de Ativos Seguros para Usuários (“SAFU”) – para proteger os usuários em casos extremos.