O mercado relaxou os prêmios na curva de juros futuros pela segunda sessão seguida, em um movimento que basicamente refletiu, hoje, a queda dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos. Sem uma agenda relevante de indicadores, investidores adotaram postura cautelosa, aguardando a divulgação de dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos e aqui, amanhã.
Investidores aguardam o índice de preços ao consumidor americano, o CPI, para calibrar as apostas no timing da redução dos juros no país. A opção foi reduzir um pouco os prêmios embutidos nos juros domésticos – que cresceram substancialmente na semana anterior -, de forma a evitar perdas maiores no caso de alguma surpresa.
No fim da tarde, as taxas de todos os contratos de depósito interfinanceiro (DI) caíam na comparação com o ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2025 cedia de 9,974% para 9,935% e a do contrato para janeiro de 2026, de 10,065% para 9,955%, na mínima. Nos trechos intermediário e longo da curva, a baixa era maior: de 10,389% para 10,265%, no caso do DI para janeiro de 2027, e de 10,922% para 10,825% no contrato para janeiro de 2029, ambos também no piso do dia.
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“Todo mundo está esperando o CPI de amanhã para ver se embute mais prêmio na curva ou não”, afirma o gerente de renda fixa e distribuição de fundos da Nova Futura Investimentos, André Alírio. “Se você apostar mais ainda, botar mais prêmio, acaba sendo uma aposta muito arriscada em uma curva que já está com muito prêmio.”
Ele lembra que os últimos indicadores econômicos têm frequentemente apontado caminhos divergentes para a política monetária, ora com surpresas para cima na inflação e para baixo na economia, ora o contrário. Essa “não-linearidade” dos dados, diz Alírio, faz com que o mercado prefira a cautela à véspera da divulgação de índices importantes, como o CPI.
A queda em torno de 1% dos preços do petróleo e a desvalorização do dólar em relação ao real também ajudaram a descompressão dos juros domésticos hoje, diz o profissional. “No começo do mês, tivemos dias com muitas pressões nos preços, inclusive na curva de juros, que acabamos devolvendo”, afirma.