Representante de acionistas privados no conselho de administração da Petrobras, o advogado Marcelo Gasparino defende uma coordenação afinada entre os minoritários para que busquem uma quinta cadeira inédita no colegiado da estatal. O órgão tem hoje 11 membros, sendo seis indicados pela União, quatro pelos acionistas minoritários e um pelos funcionários da companhia.
Eleger uma quinta cadeira, segundo uma pessoa que acompanha o processo, requer participação massiva de acionistas privados, inclusive dos estrangeiros, com grande coordenação entre eles, o que limitaria as chances. Um dos analistas ouvidos define a estratégia como “arriscada” e diz que, se falhar, o governo poderia até retomar uma das cadeiras que perdeu no passado.
Experiência
Diante desses argumentos, Gasparino foi direto: “Eles (os céticos) já indicaram algum candidato em assembleia?”, disse, para sublinhar sua experiência nesse tipo de eleição. Hoje, o advogado integra os colegiados da Eletrobras, Vale e Banco do Brasil. “Não é simples, mas é possível (emplacar a quinta cadeira). Depende do alinhamento dos acionistas minoritários”, diz.
Na eleição da AGO de 2022, o empresário Juca Abdalla e Gasparino, atuais conselheiros, obtiveram, juntos, 15,93 bilhões de votos. Repetindo esse total, uma ação coordenada com três candidatos poderia obter mais de 5,3 bilhões de votos para cada um, mais do os 5,2 milhões recebidos pela maior parte dos indicados pela União.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.