O Ministério da Saúde anunciou, no início do mês, que a vacinação contra o HPV no Brasil passa a ser feita em dose única. Até então, vínhamos utilizando no Sistema Único de Saúde (SUS) um esquema de duas doses da vacina quadrivalente para combater a infecção pelo vírus, que é o principal fator de risco para o câncer de colo de útero e outros tipos de tumores, como de pênis, vulva, vagina, canal anal e orofaringe.
A decisão é extremamente importante em termos de estratégia vacinal no país.
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O segundo aspecto muito importante é em relação à extensão da imunização a pessoas de até 19 anos de idade. A vacina tem um efeito mais protetor contra as infecções dos subtipos mais graves do HPV, dos 9 aos 14 anos de idade, faixa etária que procura garantir a imunização antes do início da vida sexual. Mas esse efeito protetor ainda existe, sim, até o início da idade adulta.
Então, segundo a decisão, a partir de agora, meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade e adolescentes até 19 anos não vacinados devem receber uma dose da vacina HPV disponível no SUS. As recomendações para os demais grupos (imunossuprimidos e vítimas de violência sexual), seguem com o esquema anterior, de até três doses.
Portanto, este é um avanço muito importante ampliar a cobertura vacinal para esse grupo de pessoas na tentativa de reduzir o nível de infecções pelo HPV, prevenindo lesões pré-malignas e o desenvolvimento de diversos tipos de câncer.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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