Wagner Moura, esse acontecimento midiático que anda mexendo com os hormônios de moças de todas as idades, é nosso velho conhecido aqui no Brasil. Os gringos estão descobrindo agora e enlouquecidos por causa da camisetinha “da sétima série” que ele usa no filme e o charme incorreto que pode dar em cima de uma garota 20 anos mais nova a qualquer momento.
A primeira vez em que o entrevistei foi no lançamento de Tropa de Elite 2 e nunca me esqueci do que ele disse sobre chegar em casa tremendo e perceber que ainda não tinha saído da pele do Capitão Nascimento. Ele conta coisas, às vezes dezenas de vezes seguidas, como na maratona de entrevistas dessa semana, com um profundo interesse em ser compreendido. É educado e gentil e sempre chama todo mundo pelo nome. Até a gente, jornalista com décadas de estrada e muita celebridade na bagagem, fica impressionada.
Na festa de lançamento do filme, em Austin, no Texas, fui abordada por mulheres curiosas para saber qual a palavra em português que descrevia o que o ator causava em nossos úteros. Borogodó, eu arrisquei, mas ainda insatisfeita. Não é bem isso. Na recepção, fomos apresentados (de novo) e eu até coloquei a tacinha de espumante sobre a mesa para discutir a cena final do filme — é jornalismo ou é deboche? Falei para ele que acho que são os dois, o jornalista obstinado acaba ficando meio engraçado mesmo, com risco de pender para o patético para quem não tem intimidade com o modus operandi. Wagner ouviu olhando nos meus olhos. “Pode ser.”
Ele é tipo a gente: encosta no braço pra falar, abraça forte e chama pelo nome. “Foi bom te conhecer, Luciana”. Eita, gente, o que está acontecendo aqui? O planeta inteiro, como eu há um mês, intrigado com o tal do borogodó. E eu, jornalista veterana, mulher casada, não costumo me impressionar com pouca coisa, não. Uma amiga me manda mensagem perguntando como está a festa do filme. Eu respondo, ela replica: “Eu, ele e um copo de água, dá para passar a noite inteira”. Viramos todas caminhoneiras e partimos para a objetificação.
Realmente, o Joel de Moura atravessando a guerra é um lance. “Eu já sabia”, penso com meus botões. Aquela tacinha de champagne foi um grande momento. Minhas amigas ruborizam e se abanam ouvindo a história.
Você pode discordar de mim no Instagram. Mas pra quê, né? Se abrir o Instagram, vai pular conteúdo de Wagner Moura no seu colo. Aí acaba ficando difícil lembrar o que ia fazer. O que eu ia fazer mesmo?