O Ministério da Saúde iniciou a capacitação de 105 profissionais da saúde no território Yanomami para a aplicação do novo protocolo de tratamento contra a malária, que inclui um medicamento considerado inovador considerado inovador contra a malária.
O novo esquema de tratamento consiste na administração de cloroquina por três dias seguida por dose única de tafenoquina, medicamento considerado inovador no combate à doença. O treinamento é necessário porque o medicamento só pode ser aplicado pacientes maiores de 16 anos de idade, com peso maior que de 35kg, não grávidas, não lactantes e com mais de 70% de atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase. Para a definição este último item é necessário a realização de um teste de farmacogenética.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego.
A tafenoquina foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em junho do ano passado. Agora, as primeiras unidades do medicamento foram enviadas para a terra indígena Yanomami. A região vive uma emergência sanitária há mais de um ano por conta da malária e do alto índice de desnutrição dos indígenas.
Foram enviados 4 mil unidades para o tratamento com o novo protocolo no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami.
O território é alvo há décadas do garimpo ilegal, mas a invasão se intensificou nos últimos anos. A atividade impacta diretamente o modo de vida dos povos originários, isto porque a invasão destrói o meio ambiente, causa violência, conflitos armados e poluição dos rios devido ao uso do mercúrio. Só em 2022, a devastação no território chegou a 54%.
O treinamento das equipes acontece até esta sexta-feira. As equipes incluem médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem tanto em Boa Vista quanto no polo-base Surucucu. A equipe do Ministério da Saúde também trabalha na capacitação dos profissionais para tratamento da malária grave, em gestantes e em crianças, que utilizam os esquemas de medicamento mais tradicionais.