A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, afirmou que o governo de seu país jamais interferirá em processos judiciais de outros países. A declaração foi feita no Itamaraty, em Brasília, nesta segunda-feira (15).
“O governo argentino jamais vai interferir no processo democrático ou nos temas internos de cada país. Confiamos na Justiça de cada país. A Argentina defende a liberdade de expressão em todos os sentidos”, afirmou.
Mondino faz sua primeira visita ao Brasil desde que assumiu o cargo, numa tentativa de manter as relações diplomáticas entre os países, apesar das diferenças entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Javier Milei.
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A resposta da ministra foi um contraponto a notícia da semana passada, de que o presidente argentino teria oferecido apoio ao bilionário Elon Musk em sua disputa contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro.
Milei visitou instalações da Tesla, no Texas, Estados Unidos, na última sexta-feira (12) e aproveitou a ocasião para se encontrar com Musk. Jornais argentinos divulgaram que a conversa entre o presidente e o empresário durou cerca de 80 minutos e tratou da possibilidade de Musk transferir as instalações do X, ex-Twitter, do Brasil para a Argentina.
Musk x Moraes
A polêmica envolvendo Elon Musk e Alexandre de Moraes começou no início de abril, quando Musk publicou na plataforma mensagens com uma série de críticas ao magistrado e até ameaçou fechar o escritório do X no Brasil.
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“Em breve, o X publicará tudo o que é exigido por Alexandre de Moraes e como essas solicitações violam a legislação brasileira. Esse juiz traiu descarada e repetidamente a Constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment. Vergonha, Alexandre, vergonha”, escreveu Musk em sua conta oficial.
Antes deste ataque, o bilionário já havia escrito que suspenderia as restrições impostas pela Justiça brasileira a diversos perfis na rede. Ele também acusou Moraes de censurar a plataforma e afirmou que o STF praticava “censura agressiva” no país, o que parecia “violar a lei e a vontade do povo do Brasil”.
Após as acusações, Moraes incluiu o dono do X no inquérito das milícias digitais, que tramita no STF e investiga a atuação de grupos supostamente antidemocráticos nas redes. Em sua decisão, o ministro afirmou ser “inaceitável que qualquer dos representantes das redes sociais desconheçam a instrumentalização criminosa que vem sendo realizada pelas denominadas milícias digitais, na divulgação, propagação e ampliação de práticas ilícitas nas redes sociais”.
(Com Reuters)