A promessa de o Brasil voltar a importar energia da Venezuela para abastecer Roraima segue sem previsão de ser cumprida. O governo brasileiro garantiu retomar a operação com o país vizinho com o objetivo de trazer energia limpa e renovável a custos mais baratos aos consumidores de Roraima.
“Eles [os venezuelanos] ainda não conseguiram fazer este teste. Por enquanto, não há previsão de fornecimento”, disse Ciocchi. “Nós pedimos e eles precisam dar o ‘ok’ para fazer o teste”, afirma.
De acordo com Ciocchi, este é um procedimento padrão para garantir o retorno da conexão com o país vizinho, que foi interrompida em 2019, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A operação seria realizada pela comercializadora de energia Âmbar, empresa do grupo J&F, que negociou diretamente com a Venezuela a compra da energia da hidrelétrica de Guri. No dia 13 de dezembro, o Valor informou que preço da energia venezuelana seria da ordem de R$ 900 por megawatt-hora (MWh), abaixo do custo médio de geração das térmicas a diesel no Estado, que está em torno de R$ 1.700 por MWh.
O preço de importação é ainda considerado alto quando se compara ao preço médio da energia hidrelétrica no mercado livre no Brasil em contratos de longo prazo, da ordem de R$ 120 por MWh, dependendo do prazo. A questão é que Roraima é o único Estado do Brasil fora do Sistema Nacional Interligado (SIN).
Por estar em um sistema isolado, não há infraestrutura para receber a energia mais barata das hidrelétricas, e o Estado é atendido por termelétricas a óleo diesel e óleo combustível. Roraima espera pela conclusão do linhão de transmissão Manaus-Boa Vista, cujas obras ficaram paradas por mais de uma década à espera de licenciamento ambiental.