A votação no Plenário da Câmara para manter a prisão de Chiquinho Brazão reacendeu a disputa nos bastidores da articulação política entre o ministro-chefe da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
O ministro passou o dia em contato com parlamentares, já que houve um movimento que poderia liberar os parlamentares da base governista para votar como quisessem.
Assim, logo pela manhã da quarta-feira (10), Padilha deu declarações de que a orientação era manter o suspeito de mandar matar Marielle Franco preso. Ele “entrou de cabeça” nas negociações.
Do outro lado, o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), um dos principais aliados de Lira, articulava há dias para a derrubada da prisão.
Assim que o resultado da manutenção da prisão foi publicado, o ministro postou um vídeo comemorando ao lado da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), irmã de Marielle Franco.
O movimento do governo irritou o presidente da Câmara. Depois da votação, Lira reclamou a interlocutores do governo que a convivência dele com Padilha está “insustentável”.
Padilha e Lira já não dialogam mais desde o segundo semestre de 2023. A tarefa de conversar com o presidente da Câmara, agora, está com Rui Costa, ministro da Casa Civil.
No fim do ano, Lira chegou a expor que gostaria de uma troca de ministros na Secretaria de Relações Institucionais.
VÍDEO: Análise: Os recados da Câmara com prisão de Chiquinho Brazão